domingo, 4 de dezembro de 2011

Arrumando gavetas









Minhas despedidas são estranhas

começam pelas gavetas

retiro todas as roupas

algumas não as quero mais, mas penso...

Outras são jogadas forçosamente

contra a parede.


Parede que aflor
a as dobras obrigatórias

as meias deixam os vieses emocionais

transparentes, 

vestindo-as torneio com as mãos a minha

segunda pele.

Onde abrigo a partida


rendas emaranhadas como filetes de sangue


pulsantes.


A blusa de seda


vela afrouxada no píer


o vento bate a porta


escancaro um sorriso


e lanço ao meu Mar


uma gaveta vazia.”


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