A neblina do amanhecer
apresenta um sátiro embriagado
que se arrasta pelo asfalto
na velha caminhonete.
A pata esquerda toca as avenidas e
cuida da memória de Marsias.
O sátiro descontrolado que na pele lembra um desatino
encosta a caminhonete na fonte escondida
nauseado vê o mundo estranho e calmo.
A voz vem para acalmar a sede
dá-lhe a doçura do choro da paixão
e esconde a sombra da noite
nos seixos da pequena fonte da vida.
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