sábado, 1 de setembro de 2012

sonho






à frente
duas estruturas
um quadrado 
e a escada no seu triângulo

O quadrado 
que aos poucos
se dilata
pelos seus poros
a lembrança
dos porões fechados e úmidos
lhe escapa.

na beirada da jazida
um abismo
e o seu fundo.
Ao impulso primal
a escada se apresenta,
como se mostrasse
ao seu Deus único
suas sensações
que mesclam
medo e torpor.
[mas] o presente se faz real
único.

Fantasia as velhas margens de um rio
sempre desiguais
ao mesmo olhar
e encontra o profundo estranhamento
na sombra que mostra a luz

À escada
e seus  degraus
madeiras gastas
faltantes,
se joga 
e as mãos
agarram as laterais
e se torna
o arco.

Olhos o vigiam
irresoluto
quebra o áspero
e pela greta
o que lhe parece casca
encontra o horror
três fetos
carbonizados
deitados
embalados
na cápsula temporal.

Do abismo
um espelho solar
se eleva
tinge seus cabelos brancos
a pele
adquire a coloração
dourada

os sulcos
ganham espaços
estufam
o vazio desaparece
o homem se torna
luz.



















Nenhum comentário:

Postar um comentário