sexta-feira, 8 de março de 2013

Andarilhos concretos



andarilhos aos farrapos
pássaros de asas quebradas
levantam um braço para voar
e o outro com a mão fechada
ajeitam o farrapo
para se ancorarem ao chão
cacoetes ilusórios
sem destinos concretos
concreto as pedras 
e a bondade do traficante
que lhe dá até o fósforo
para acender o cachimbo
que libera a fantasia

sonha um quarto de sonho
um amor
?

As mulheres que se rebolam com as barrigas duras de cinco meses
ao pai -uma  pedra
e só um  homem  de calças abaixadas até as canelas
com olhos voltados para a parede
vale uma pedra?
só para  viver 
aos  bandos como montes que se mexem
campos de lixo humano
suas crianças  com os  papéis higiênicos largados no saco de lixo
fazem  as rabiolas
empinam  as horas alteradas
ilusão
realidade
  
corações  varados nas fumaças
O poeta que tira uma foto
protegido pelos vidros do carro
se esquece da chuva
que  deforma a lente e o real
faz do horror uma canção
alheio, 
mas sente dó...

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