olhares e gestos
inércia compartilhada
inércia compartilhada
meus olhares marejados ao atônito casal
pelo amor que se manifesta calmamente
e se desespera nas procuras entre as fumaças do café
o tempo alheio parte
e lhes mostra
as noites, as manhãs
mas o simples medo
as noites, as manhãs
mas o simples medo
ao imaginado se fixa
fica o postergado
o largado
como partirem para que a vontade se faça inteira
amantes do medo
amantes do medo
larguem a vida
as rotinas
e simplesmente se abandonarem ao outro?
Mas não...
ficam despudorados com a aridez das próprias ações
o tempo se deleita
com a passividade e a servidão ao medo
e ao eterno adiamento
e ao eterno adiamento
às verdades das impossibilidades
( poderia ter outro final...quem sabe mais carnal)
( poderia ter outro final...quem sabe mais carnal)
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