quarta-feira, 22 de janeiro de 2014
Tecitura
A mulher dormente
com o rosto coberto
tece mantos
como num sonho vívido.
Dona da tecitura
redesenha seu coração
com as linhas azuis faz pequenos relevos
traça nos olhos do menino
largos caminhos
a linha branca contorna o rosto
seguro como os velhos ancoradouros
a vermelha permite a paixão sorridente
acolher a calma dos longos abraços
a linha preta lhe dá vida
e a corrente do crochê lhe assegura a forma.
A castanha aos cabelos
cria um entardecer
e suas mãos balançam ao tempo
com o emaranhado de fios prateados, dourados e avermelhados
livres e calmas.
E suas sombras, portais presentes
detalham os passos
O coração borda com pontos soltos.
As tempestades se tornam corredeiras libertadoras
a mulher acorda e um menino se faz homem.
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